Bem vindos

Que este espaço não se faça apenas de palavras, mas também de abismos e distâncias que queremos destruir e de sentimentos que queremos ter, mas nunca ousamos porque o tempo já listou suas preferências. Um abraço e que todos sejam bem vindos.

domingo, 17 de abril de 2011

Guerra ao óbvio

Se de mim depender todo óbvio será ruína
E todo sonho subsistirá,
Assim como é grandioso não receber e esperar
Como também é fugaz a vida e seu esplendor.

Declaro guerra ao óbvio,
Guerra ao que se sabe que virá,
Guerra ao silêncio demasiado dos “cautos”.

É das sombras dos corações pueris
Que surgirá o novo mundo
Onde não haverá lugar para o óbvio
E o amor será lei suprema.

Esqueçamos o óbvio e vivamos a vida,
Pois as veredas do destino não estão escritas
E o que será talvez não seja o que pode ser.

Danilo Vilarim

domingo, 28 de junho de 2009

Um brinde ao amor

Um brinde aos corações que verdadeiramente amam,
Um brinde à solidão que sabe ser companheira,
Um brinde aos enamorados que choram a saudade,
Um brinde à fidelidade, à sinceridade, à paixão.

Um brinde ao amor.
Falo do amor verdadeiro,
Do amor que é cego,
Do amor que sofre,
Do amor que luta,
Do amor que chora,
Do amor que não desiste.

Um brinde ao amor.

Danilo Vilari)

domingo, 26 de abril de 2009

Sonho

Vieste na hora nua
Sem ponteiros, sem luas.
Vieste silenciosamente
Como sol numa manhã ardente.

Meu coração baixou a guarda
Entregou as armas,
Guardou seus escudos,
Tornou-se mudo.

Sentiu-se coração de verdade,
Com sentimento e dor,
lembrou-se da sua verde idade.

Mergulhou no teu olhar,
converteu-se em barcaça
E naufragou nesse Mar.

Danilo Vilarim

sábado, 8 de novembro de 2008

O Princípio da Paixão

Quando me recolhi ao meu soturno leito,
Numa noite incomum: sem estrelas e sem luas;
Meus pensamentos vadiaram madrugada adentro.
Boca seca, febre, sentimento nu, paixão atroz.

“A dor sempre surge assim,
Como um bom presságio.”

Era noite, mas de repente havia sol.
Tudo tinha a beleza natural
Do princípio da paixão:
Cor, dimensão, silêncio.

Mas, quase que de repente,
Assolou-me o peito dores de outrora
E as lembranças afrontaram-me o sonho
Mostrando-me feridas cruas e cicatrizes tão ardentes
Que me nublou os pensamentos.

O acaso fez-se advogado
E condenou tudo e todos
Julgando ser o principio da paixão
Não mais que uma miragem tempestuosa.

Aceitei tudo silenciosamente,
Pois as feridas
De quando em quando ainda me doem.



Danilo Vilarim

domingo, 2 de novembro de 2008

A Paixão

Quando o sol ainda oscilava numa luta corporal com a noite
E a bruma fria da aurora açoitava os vãos tristes da madrugada
Um pensamento me turvou a alma e nublou-me a mente:
Com muito custo descobri que a paixão tinha chegado
Como um presságio, uma doença que da qual não queria me curar.

A vida abriu-se para mim como um sussurro sorumbático
Que me afagou a alma desesperada.

Dentro de mim tornou-se noite sem luas e sem estrelas,
Noite de trevas, noite-solidão.

Sorvi o silêncio noturno do meu ser
Como um moribundo
Que sorve seu último gole de água.

Quando o astro rei finalmente surgiu imponente
Meu coração naufragou no desespero do desprezo
Então enclausurei a paixão no deserto de minha alma.


Danilo Vilarim

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Humilde Poema

Uma inspiração!

O silêncio vespertino da madrugada
Que antecede um belo e maravilhoso dia,
O Riso que Neruda usou na sua obra prima,
Uma rosa que Deus apenas cultivou no seu jardim,
Orgulho das orquídeas.

Tentei compará-la às pedras preciosas: Safira, Rubi, Esmeralda, Águas Marinhas, Turmalinas, Ametista, Pérola, Turquesa, Opala, Ágatas, Coral, Ouro, Prata, Platina, Crisoprázio, Olivina, Calcedônia etc. Impossível! Não há comparação, pois ela é a pedra mais preciosa de Deus.

Tentei compará-la às flores: Camélia Branca, Dália, Girassol, Hortência, Magnólia, Lírio, Margarida, Jasmim, Miosótis, Narciso, Orquídea, Papoula, Tulipa, Violeta e etc. Também foi inútil, como já disse é única no Jardim do Senhor.

Olhar puro, apaziguador como um belo quadro
Pintado pelo Grande Autor.

Defini-la? Impossível!
Seria preciso um poeta de mil faces
Dotado de um vocabulário paradoxal
E com a dor do amor roendo-lhe a alma.
Mas fica aqui esse humilde poema
Que diante de tanta beleza
Perecerá numa outra dimensão,
Quem sabe aquela em que certo dia vi-me caminhando.


Danilo Vilarim

terça-feira, 28 de outubro de 2008

Saudade

Quero tudo como outrora
Meu coração tranqüilo e calmo.

Bem longe de tempestades,
Amores, paixões quero está.

Quero tudo daquele jeito sem jeito,
A bola rolando na ladeira,
Felicidade: brincadeiras, canções, liberdade.

Danilo Vilarim

Cada nascer do sol


Da revoada o silêncio,

Do silêncio as lágrimas,

Das lágrimas a dor,

Da dor a tempestade,

Da tempestade a mais límpida e clara manhã.



Danilo Vilarim

terça-feira, 7 de outubro de 2008

O amor do mar e da lua




Na noite repleta de cores ocultas e obscuras cores,
O mar, apaixonado e revolto, beija a luz
Que lhe lapida as águas.

No cais: as redes frias dos pescadores,
Na aldeia pacata: o silêncio espectral
Que só se rompe aos estalos
De beijos apaixonados
Da lua e do mar
Que não podendo se unir totalmente
Entregam-se e se amam
No horizonte longínquo,
Na noite ardente.

Mas o dia ousado e severo
Ousa surgir inquieto e inexorável,
Mas já é tarde demais,
Pois o amor do mar e da lua
Já está eternizado
Nos olhos dela
Aquela moça linda
Que debruçada na varanda
Viaja nas nuanças
Do amor do mar e da lua.

Danilo Vilarim

Olhos de nunca mais




Ontem meus olhos se miraram
Nuns olhos alegres.
Meu olhar cansado sorriu e se fechou
No momento íntimo
Em que aqueles olhos
Desvaneceram-se num olhar que não era o meu.

Danilo Vilarim