Quando me recolhi ao meu soturno leito,
Numa noite incomum: sem estrelas e sem luas;
Meus pensamentos vadiaram madrugada adentro.
Boca seca, febre, sentimento nu, paixão atroz.
“A dor sempre surge assim,
Como um bom presságio.”
Era noite, mas de repente havia sol.
Tudo tinha a beleza natural
Do princípio da paixão:
Cor, dimensão, silêncio.
Mas, quase que de repente,
Assolou-me o peito dores de outrora
E as lembranças afrontaram-me o sonho
Mostrando-me feridas cruas e cicatrizes tão ardentes
Que me nublou os pensamentos.
O acaso fez-se advogado
E condenou tudo e todos
Julgando ser o principio da paixão
Não mais que uma miragem tempestuosa.
Aceitei tudo silenciosamente,
Pois as feridas
De quando em quando ainda me doem.
Danilo Vilarim
3 comentários:
Lindos os seus poemas...
Muito lindo... parabéns
É muito lindo ver a alma de um poeta passada através de um papel e uma caneta. Só não se emociona ... aquele que não sabe o que é amar.
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